terça-feira, 24 de abril de 2012

O BRASIL, A INGLATERRA, MANTEGA E A MOBILIDADE DA HISTÓRIA

A imprensa do mundo inteiro repercutiu, na semana passada, principalmente nos países de língua espanhola, o fato de que o Brasil, com base em informações do FMI e do Centro de Investigações de Economia e Negócios, de Londres, acaba de ultrapassar a Inglaterra como a sexta economia do mundo.

A maioria dos leitores e comentaristas dos países ditos de “primeiro mundo“, e, infelizmente, muitos brasileiros, mediante a internet, preferiram, no entanto, minimizar a importância do fato, e ridicularizar o nosso povo, lembrando que somos um país corrompido, que estamos cheios de favelas e meninos de rua, que só vamos sustentar essa posição enquanto a China comprar nossas matérias-primas, ou seja, usando meias verdades - como a de que temos território e população maiores do que o Reino Unido - para compor uma grande mentira.

Talvez para isso tenha contribuído a afirmação, feita pelo Ministro Mantega, há alguns dias, provavelmente por modéstia, de que, “mesmo assim, o Brasil ainda vai levar 20 anos para alcançar os índices de qualidade de vida dos países da Europa.”

Mesmo reconhecendo que ainda é preciso fazer, no Brasil consideráveis avanços no campo social, não posso dizer que o Ministro, e os leitores da imprensa européia e alguns, de nosso país, não tenham incorrido, talvez involuntariamente, em alguns equívocos.

O primeiro deles foi dar a impressão de que partiam da premissa de que indicadores como IDH, qualidade de vida e renda per capita estão destinados a andar sempre adiante e nunca para trás, ou a permanecer imutáveis – em um século de acentuada transformação da situação geopolítica mundial.

O segundo foi não perceber que a prosperidade européia não é tão forte, nem definitiva, quanto parece, porque a qualidade de vida que seus povos tiveram nos últimos tempos não foi fruto apenas de sua capacitação técnica ou competitividade, mas, também e principalmente, da exploração de outros povos, mediante o trabalho escravo, e o controle de seus mercados e recursos naturais. Além disso eles sempre amenizaram suas dificuldades econômicas (e evitaram as revoluções sociais) , com o incentivo à emigração de milhões de desempregados para os Estados Unidos e as nações da América Latina.

A qualidade de vida dos países dos BRICS pode ser baixa, embora todos eles venham fazendo, nos últimos anos, gigantesco esforço para superar essa tragédia, com a melhoria da educação e da pesquisa, na China e na Índia, ou a inserção, via criação de empregos e distribuição de renda, de milhões de pessoas no mercado de consumo, como é o caso do Brasil.

Mas essa relativa prosperidade, conquistada a duras penas nos últimos anos, não advém da exploração do tráfico de drogas – como ocorreu com a Inglaterra, que fez guerra para obter o “direito comercial” de traficar com o ópio na China. Nem do roubo de ouro, prata, pedras preciosas e outras riquezas de terceiras nações, mediante o velho e o atual colonialismo.

Ela é fruto de uma visão mais inteligente, justa e solidária do processo econômico, baseada, como diz o Presidente Lula, na máxima de que “nada é mais barato e dá mais retorno do que investir em pobre”.

A ascensão da China, da Índia, da Rússia, do Brasil, da Índia, nos próximos anos, com o acúmulo de reservas internacionais e a aquisição do controle das grandes empresas das antigas metrópoles, está retirando da Europa a mais valia com que a sua elite contava para viver na flauta, em condições muito superiores às do resto do mundo.

Hoje, essas mesmas elites, além de fazer guerras, como as movidas contra os países árabes, a fim de garantir o controle das matérias primas, exploram com mais avidez o seu próprio povo, cujos protestos contra o corte dos gastos sociais com a saúde, educação e previdência, são reprimidos com violência.

Os países europeus já enfrentam uma forte queda em seu IDH. Na Inglaterra, milhares de famílias, segundo The Guardian, estão entre comer e morar na rua, ou pagar os aluguéis e passar fome. Enquanto estiverem tentando resolver o seu problema com o receituário neoliberal – do qual estamos nos livrando – seus índices de desenvolvimento humano terão declínio acelerado. Por outro lado, se conseguirmos nos livrar das emendas entreguistas à Constituição, ditadas por Washington e impostas pelo governo FHC, continuaremos crescendo, diminuindo a nossa dívida pública interna e externa e reduzindo os nossos juros, que estão entre os maiores do mundo, e os nossos patamares de bem-estar se elevarão, com a ascensão dos pobres a uma vida digna, como já está ocorrendo em muitas regiões. E se a América Latina seguir o nosso ânimo, o equilíbrio entre a qualidade de vida de nossos países e a dos países da Europa provavelmente ocorra antes do que Mantega imagina - e muitíssimo mais cedo do que os europeus desejariam que fosse.

A foto acima se refere - infelizmente - a um link que afirma que mais de 120.000 crianças passaram o Natal de 2011 na rua, ou em condições sub-humanas na Inglaterra:

http://www.parentingclan.com/entry/around-120000-kids-will-wake-up-homeless-this-christmas/

A VERDADE, A JUSTIÇA E O PERDÃO

(Carta Maior) - Quando se discute sobre a responsabilidade e os limites da Comissão da Verdade, as razões e as emoções de todos se dirigem ao ponto mais doloroso daqueles tempos: a tortura. Por ser tão anti-humana, e nem mesmo corresponder ao instinto animal da caça, que recomenda a rapidez do golpe, a fim de eliminar qualquer reação, o ato da tortura é incompreensível. Só um torturador poderia explicar a natureza de seu comportamento. Os torturados lembram o prazer dos algozes e a sua frustração animalesca, quando encontram a resistência das vítimas.

Ao se referir à violência da extrema-direita na Europa, Theodor Adorno dá uma explicação, que já se encontrava no núcleo do pensamento freudiano : o fascista é, na verdade, um masoquista, que só a mentira transforma em sádico, isto é, em agente da repressão.

Em um de seus inquietantes relatos sobre o auge do totalitarismo nazista, Arthur Koestler – o mesmo autor de “O Zero e o Infinito” – conta, em “Ein Mann springt in die Tiefe (“Um homem salta no abismo”) uma história de torturas na Hungria, sob a ditadura de Miklós Horthy. Um jovem prisioneiro é torturado sempre à mesma hora da tarde, e sua astúcia para a resistência é a de masturbar-se várias vezes ao dia. Estando debilitado pela subnutrição, o esforço reduz a resistência física ainda mais: assim, aos primeiros golpes do torturador, desmaia – e é devolvido à cela com o seu silêncio.

Um dos aspectos menos discutidos da Revolução Francesa é o da ausência de atos de tortura. Houve a violência no ato de prisão de algumas personalidades, por ordem do Comitê de Salvação Pública e dos reacionários termidorianos, como foi o caso de Robespierre, alvejado e ferido na mandíbula, na noite de 27 de julho de 1794, ao resistir na Prefeitura de Paris. No dia seguinte sem ter sido ultrajado, foi guilhotinado.

A tortura sempre fora empregada na História, e tivera seu momento mais forte durante a Inquisição e a Reforma Protestante. A hierarquia católica e os reformistas luteranos e calvinistas (sobretudo os calvinistas) nada ficaram devendo a seus inimigos teológicos. A partir da Revolução Francesa, ela foi virtualmente abandonada pela repressão, até ressurgir durante a Primeira Guerra Mundial.

Em um de seus escritos, Hélio Pellegrino define a tortura como uma tentativa do torturador em colocar o corpo do torturado em conflito com a sua alma: o objetivo da dor é o de vencer o espírito. Antes do poeta e psicanalista mineiro, Albert Camus usaria a mesma imagem, a do conflito entre o corpo e o espírito, em um de seus mais incisivos libelos contra a barbárie dos ocupantes alemães. Na série dos artigos que escreveu, logo depois da libertação, para Le Combat, destacam-se os dedicados aos torturados e mortos pelos colaboracionistas franceses, a serviço dos ocupantes. No texto publicado em 30 de agosto de 1944 – quando se refere a uma das muitas denúncias de tortura daqueles quatro anos de abjeção – Camus se espanta de que torturadores e torturados tivessem a mesma face humana. E lembra a figura de Himmler, que fizera da tortura uma ciência e um ofício, e que entrava em silêncio em sua casa à noite, depois dos crimes perpetrados durante o dia, para não acordar o canarinho amado, que serenamente dormia em sua gaiola.

E descreve os torturadores, os torturados, a natureza justa do castigo e do perdão:

“Eles acreditavam que há sempre uma hora do dia ou da noite na qual o mais valente dos homens se sente covarde. Souberam sempre esperar essa hora. E nessa hora, buscaram a alma, por meio das feridas do corpo, e a tornaram selvagem e demente, e, às vezes, traidora e mentirosa. Quem se atreveria a falar, aqui, de perdão? Já que o espírito compreendeu por fim que só podia vencer a espada com a espada, já que tomou as armas e obteve a vitória, quem lhe queria pedir que esqueça? Amanhã não falará o ódio, senão a justiça mesma, baseada na memória. E é justiça, a mais eterna e sagrada, perdoar, talvez em nome de todos os que, entre nós, morreram sem ter falado, com a paz superior de um coração que jamais traiu: mas também é justiça castigar terrivelmente, em nome dos mais valentes de nós, que foram convertidos em covardes, quando degradaram sua alma, e morreram desesperados, levando em seu coração, devastado para sempre, seu ódio aos torturadores e seu desprezo por si mesmos”.

Em nome dos homens firmes e honrados, que não conseguiram resistir, e falaram, mais do que daqueles que foram capazes de suportar a tortura, é que a verdade deve ser conhecida. Essa verdade redimirá a alma dos que já se foram e aliviará o peso dos que conduzem, ainda vivos, sua alma dilacerada. Uns por terem sido capazes de resistir, apesar da cicatrizes no espírito, e os outros, por haverem sucumbido ao flagelo da tortura.

Lembrar Camus e seu texto pungente, nestes dias de Natal, pode não ser adequado, mas essas reflexões tristes são necessárias. Ocorre que Cristo foi também torturado - por interesse do Império daquele tempo – até o momento da morte, quando o sofrimento do corpo fez com que a alma perguntasse, na agonia: “Pai, por que me abandonaste?”

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UMA RETIRADA SEM GLÓRIA E SEM HONRA


Mais uma vez, os Estados Unidos concluem uma guerra sem ganhá-la, ao não conseguir impor sua plena vontade aos agredidos. Os soldadosnorte-americanos não saem do Iraque como saíram de Saigon, em 30 de abril de1975, escorraçados pelas tropas de Hanói e pelos vietcongs. Desta vez, elesprimeiro arrasaram o Iraque, durante uma década de bombardeios constantes.

O despotismo de Saddam não incomodava antes os EstadosUnidos, quando coincidia com o interesse de Washington. Tanto era assim, que osnorte-americanos estimularam a guerra contra o Irã, e lhe ofereceram suportebélico e diplomático, mas seu objetivo era o de debilitar os dois países. Nomomento em que — cometendo erro político elementar — Saddam pretendeu restauraras fronteiras históricas do Iraque, ao invadir o Kueit, Washington encontrou,com o primeiro Bush, o pretexto para a agressão aérea a Bagdad, a criação dachamada zona de exclusão, em que o bombardeio aéreo era indiscriminado, e obloqueio econômico.

Foram dezenas de milhares de mortos durante os dez anosde ataques aéreos, prévios à invasão. Entre os sobreviventes da agressão, houvemilhares de crianças, acometidas de leucemia pela radiação das muniçõesamalgamadas com urânio empobrecido.

Assim, ao invadir o país por terra, os americanosencontraram um exército debilitado, parte do território arrasado e um governona defensiva diplomática. O pretexto, que os fatos desmoralizaram, era o de queSaddam Hussein dispunha de armas de destruição em massa.


Ontem, o presidente Obama disse que o Iraque é hoje um“país independente, livre e soberano, muito melhor do que era com Saddam”.Saddam, sabem os observadores internacionais, era muito menos obscurantista doque os príncipes da Arábia Saudita.

Seu povo vivia relativamente bem, suas mulheres não eramtratadas com desrespeito e frequentavam a universidade. Algumas ocupavam cargosimportantes no governo, na vida acadêmica e nos laboratórios de pesquisas.Havia tolerância religiosa, não obstante a divergência secular entre os sunitase os xiitas, que ele conseguia administrar, a fim de assegurar a paz interna.

O vice-primeiro-ministro Tarik Aziz era católico, do ritocaldeu. País de cultura islâmica, sim, mas talvez o mais aberto de todos eles aoutras culturas e costumes. O país se encontrava em pleno desenvolvimentoeconômico, com grandes obras de infraestrutura, e mantinha excelentes relaçõescom o Brasil, mediante a troca de petróleo por tecnologia e serviços deengenharia, quando começaram os bombardeios.

Depois disso, nos últimos nove anos, a ocupaçãonorte-americana causou a morte de mais de 100 mil civis, 20 mil soldadosiraquianos e 4.800 militares invasores, dos quais 4.500 ianques. Milhares emilhares de cidadãos iraquianos ficaram feridos, bem como soldados invasores, amaioria deles mutilados. As cidades foram arrasadas — mas se dividiram os poçosde petróleo entre as empresas dos países que participaram da coligação militarinvasora.


Hoje não há quem desconheça as verdadeiras razões daguerra, tanto contra o Iraque, quanto contra o Afeganistão: a necessidade dosuprimento de petróleo e gás, do Oriente Médio e do Vale do Cáspio, aos EstadosUnidos e à Europa Ocidental. Daí a guerra preemptiva e sem limites, declaradapelo segundo Bush, que se dizia chamado por Deus a fim de ir ao Iraque matarSaddam Hussein. Não só os mortos ficam da agressão ao Iraque. Os americanossaem do país, deixando-o sem energia elétrica suficiente, sem água potável, com15% de desempregados e, 85% dos que trabalham estão a serviço do governo.

Toda a história dos Estados Unidos — ao lado de méritosfantásticos de seu povo — foi construída no afã da conquista e da morte. Desde aocupação da Nova Inglaterra, não só os índios conheceram a sua fúriaexpansionista: na guerra contra o México, o país vencido perdeu a metade doterritório pátrio, o que corresponde a quase um terço do atual espaçonorte-americano no continente.

Uma das desgraças da vitória americana foi a ruptura doCompromisso do Missouri, com a ampliação do escravagismo aos novos territórios,que seria — pouco mais de dez anos depois — uma das causas do grande confrontointerno, entre o Sul e o Norte, a Guerra da Secessão. Lincoln, que a enfrentou,havia sido, em 1847, um dos poucos a se opor ao conflito contra o México.


A partir de então, a ânsia imperialista dos EstadosUnidos não teve limites. Suas elites dirigentes e seus governantes, salvoalguns poucos homens lúcidos, moveram-se convencidos de que cabia a Washingtondominar o mundo. Ainda se movem nessa fanática determinação. Agora, saem doIraque e anunciam que deixarão também o Afeganistão, no ano que vem. Mas, aomesmo tempo, dentro da doutrina Bush da guerra sem fim, preparam-se para novaagressão genocida contra o Irã.

Os Estados Unidos nunca conheceram a presença deinvasores estrangeiros. Sua guerra da independência se fez contra tropasbritânicas, que não eram invasoras, mas sim ocupantes da metrópole na colônia.As poucas incursões mexicanas na fronteira, de tão frágeis, não contam. Mas háuma força que cresce, e que não poderão derrotar: a do próprio povonorte-americano, cansado de suportar o imperialismo interno de seus banqueirose das poucas famílias bilionárias que se nutrem da desigualdade.

O povo, mais do que tudo, se sente exaurido do tributo desangue que, a cada geração, é obrigado a oferecer, nas guerras sem glória, contrapovos inermes e quase sempre pacíficos, em nome disso ou daquilo, mas sempreprovocadas pelos interesses dos saqueadores das riquezas alheias.


A situação tomou rumo novo, a partir dos anos 80, comoapontou, em artigo publicado ontem por El Pais, o biólogo e filósofo catalãoFederico Mayor Zaragoza, ex-ministro da Educação de seu país e, durante 12anos, diretor-geral da Unesco. A aliança de interesses entre Reagan e MargarethThatcher significou a capitulação do Estado diante do mercado, e se iniciou aera do verdadeiro terror, com 4 bilhões de dólares gastos a cada dia, emarmamentos e outras despesas militares, e, a cada dia, 60 mil pessoas mortas defome no mundo.

Mayor lembra a que levou o novo credo das elites, queCelso Furtado chamou de “fundamentalismo mercantil”: a melancólica erosão daONU e sua substituição por grupos plutocráticos, como o grupo dos 7, dos 8 e,agora, sob a pressão dos emergentes, dos 20. E na pátria da nova fé nas “razõesdo mercado”, os Estados Unidos, há hoje 20 milhões de desempregados, 40 milhõesde novos pobres e 50 milhões de pessoas sem qualquer seguro de saúde.

A Europa assediada e perplexa, com a falência de suasinstituições políticas, está presa na armadilha do euro, que não tem comoconcorrer com o dólar nem com o yuan, porque yuan e o dólar são emitidos deacordo com a necessidade dos Estados Unidos e da China. Disso conseguiu escapara Inglaterra, que mantém a sua moeda própria.

Os Estados Unidos, se não houver a reação, esperada, deseu povo, se preparam para manter o terror no mundo, mediante suas armaseletrônicas de alcance global, entre elas os aviões não tripulados. Seudestino, se assim ocorrer, será o do atirador solitário, que se compraz emassassinar os inocentes à distância, até que alguém consiga, com o mesmométodo, abatê-lo. E não faltam os que se preparam para isso.

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http://www.jb.com.br/coisas-da-politica/noticias/2011/12/16/uma-retirada-sem-gloria-e-sem-honra/

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http://www.rededemocratica.org/index.php?option=com_k2&view=item&id=1006:uma-retirada-sem-gl%C3%B3ria-nem-honra

http://bbs.chinadaily.com.cn/thread-723738-1-1.html

http://english.pravda.ru/archive/2011-12-20/

http://www.buzzbox.com/news/2011-12-19/iraq:saigon/?clusterId=7321725

http://www.mynewsreader.com/9903/hanoi/#2559680

http://radiocirandeira.wordpress.com/2011/12/19/iraque-uma-retirada-sem-gloria-e-sem-honra/#comment-157

http://correiodobrasil.com.br/iraque-uma-retirada-sem-gloria-e-sem-honra-2/344161/

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http://www.colunaonline.com.br/coluna_ler.asp?id=5902

http://www.tribunadaimprensa.com.br/?p=28182

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http://www.riplastel.com.br/blog/

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OS ESTADOS UNIDOS, O SOLDADO MANNING E O PROBLEMA DA LEALDADE


Os Estados Unidos se preparam para o julgamento do soldado Bradley Manning, que entregou ao WikiLeaks a correspondência diplomática secreta de seu país. A discussão transcende às leis penais, para situar-se na definição ética do que é lealdade e do que é traição.
É difícil estabelecer o ato de traição, sem que se identifique profundamente as razões do traidor e do traído, associadas aos sentimentos de um e de outro. Quando o traído é uma pessoa, é mais fácil entender as razões ou desrazões morais do ato. As traições amorosas se situam nesse campo. Até faz pouco tempo, em muitos países e no Brasil, o adultério era punido pela lei, mas a realidade superou o Código Penal. Só as sociedades teocráticas, como as islamitas, mantêm o rigor da lei mas, no caso, só contra as mulheres.
As traições pessoais, menos aquelas que envolvam dinheiro, e podem ser levadas aos tribunais, são resolvidas no mesmo plano. Os traídos perdoam ou não os traidores; os que se sentem mais feridos alimentam o ódio ou se refugiam no desprezo ao traidor. Mas quando se trata da traição às comunidades nacionais, a situação é de análise muito mais difícil.
O que separa o herói do traidor? Borges tem um conto muito interessante sobre o tema, com hipotética situação na Irlanda do século 19, que Bertolucci aproveitou, atualizando-o para os tempos de Mussolini, com o filme “A estratégia da aranha”. O escritor não toma partido, e deixa a dúvida se Fergus Kilpatrick fora herói ou traidor, mas deixa entender que na face do herói podem estar as marcas do traidor – ou o contrário.
Será traidor aquele que se orienta por sua consciência, e considera necessário sacrificar os planos de ação, a fim de evitar o sacrifício inútil de vidas? Como estabelecer essa diferença dramática entre o traidor e o herói? Tomemos dois casos conhecidos, o de Calabar, que ficou ao lado dos holandeses, e o de Tiradentes. Os defensores da memória de Calabar afirmam que, para o Brasil, melhor teria sido a colonização holandesa. A história lhes retira a razão: se os holandeses houvessem expandido sua presença a todo o país, o nosso destino teria sido, provavelmente, o da Indonésia. E outros seriam os habitantes de nosso país, não exatamente nós mesmos.
Tiradentes era sub-oficial da Cavalaria da Tropa Paga das Minas. Servia, assim, às forças armadas da Coroa Portuguesa. Para os julgadores de seu tempo, ele traíra a Rainha de Portugal e os seus companheiros de farda, ao participar da Conjuração que tinha como objetivo final a independência das Minas e do Brasil, e, como objetivo imediato, a prisão e a possível execução do governador da Capitania, o Visconde de Barbacena.
Poucos foram os habitantes da Capitania que, naquele momento, o viram como herói. Além dos intelectuais, sacerdotes e comerciantes que participaram da Conspiração, só lamentaram, no momento dos fatos, sua prisão e sua morte, com os requintes de crueldade física e moral conhecidos, homens do povo, que dele se lembravam em sua pregação nacionalista em suas viagens pelos sertões. O reconhecimento público do heroísmo de Tiradentes e de sua profunda razão ética na busca da independência, como realização da solidariedade nacional, só viria muitos anos depois.
O primeiro ato de reabilitação se deve a José Benedito Ottoni, pai dos irmãos Ottoni que, logo depois da Independência, e como vereador em Vila Rica, sugeriu e obteve a retirada do padrão de ignomínia que havia sido erguido na cidade, como repúdio à “traição” de Tiradentes. Recorde-se que a cabeça do Alferes, que deveria permanecer no alto desse poste, “até que a consumisse o tempo”, foi retirada de lá, poucos dias depois de colocada, por mãos até hoje desconhecidas e corajosas, e enterrada em algum lugar de Ouro Preto, não se sabe onde.
No raciocínio dos partidários de Portugal, o herói fora Joaquim Silvério dos Reis, que mantivera (pouco importa conhecer as suas razões) fidelidade à Rainha, em carta manuscrita de denúncia da conspiração, enviada ao Governador da Capitania. A reabilitação oficial da memória de Tiradentes viria, com a iniciativa de Mário Soares, que, presidente de Portugal – e em cerimônia no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte – decretou o fim do labéu de ignomínia que, imposto pelo Estado monárquico português, ainda pesava sobre o Alferes e seus descendentes.
Uma visão pragmática da História mostra que os heróis estão sempre no campo vitorioso, ainda que a vitória, como a liberdade que Tiradentes pretendia, tardasse no tempo. Os americanos têm um traidor exemplar, na figura de Benedict Arnold, que desertou as tropas revolucionárias, passando ao inimigo britânico. Os norte-americanos não conseguiram prende-lo e enforcá-lo, mas os próprios britânicos, passada a sua utilidade, deixaram-no morrer quase à míngua em Londres. É certo que, se os britânicos houvessem sido vitoriosos, o busto de Arnold estaria em algum lugar de Londres, como se encontram as estátuas de Nelson e Wellington.
Bradley traiu quem? O governo belicista dos Estados Unidos, servidor do famoso Complexo Industrial-Militar, denunciado pelo presidente Eisenhower, herói da 2ª Guerra Mundial, ou a nação americana que, em tese, o julgará? Traiu os seus companheiros de farda, ou um sistema de poder mundial responsável pela morte de centenas de milhares de pessoas inocentes, nos países mais pobres do mundo, mediante as guerras de conquista, os golpes de Estado, como os que sofremos na América Latina? Quem trai, trai sempre em troca de algum benefício. Bradley não agiu em benefício de si mesmo, desde que não recebeu qualquer compensação pelos seus atos, nem se pode dizer que tenha passado as informações de que dispunha, diretamente para os “inimigos” escolhidos pelo governo de seu país.
Um juízo rápido, provavelmente superficial, mas indicado pelas informações disponíveis, pode identificar Bradley como um jovem inquieto, preocupado com as crueldades da guerra de que participava, com a segurança real e a felicidade de seu povo. Em favor da Nação - essa é a idéia que se impõe no exame de seu caso - ele se colocou contra o Pentágono e contra a diplomacia cínica, hipócrita e prepotente de seu governo.
De acordo com os observadores, ele poderá ser condenado à prisão perpétua, mas, provavelmente, um dia, seus atos serão vistos como heróicos.

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A EUROPA E AS LIÇÕES DA HISTÓRIA - NOVO MOVIMENTO NA ESCALADA DA GUERRA


“A Primeira Guerra Mundial foi um trágico e desnecessário conflito” – assim se abre o excelente estudo do historiador britânico John Keegan sobre aquele confronto. Todas as guerras são uma só e permanente, iniciada não se sabe quando. Os raros períodos de paz têm sido os das tréguas impostas pela exaustão.
Em 1922, desmobilizado depois da derrota de seu país, o cabo Adolfo Hitler conclamaria a Alemanha à desforra: “não é possível que dois milhões de alemães tenham sido mortos em vão. Não podemos perdoar, nós queremos vingança”.
O confronto de 1914-1918 teve sua origem em outra guerra ocorrida quatro décadas antes, entre a França e a Alemanha. Como a mentira e a provocação são sempre instrumentos do poder, a guerra de 1870 fora provocada pela jogada de Bismarck, falsificando um telegrama que narrava encontro entre o embaixador da França, Conde Benedetti, e o rei Guilherme I, no balneário de Bad Ems. A conversa ocorrera em termos corteses, com o soberano alemão se negando a aceitar uma reivindicação da França. Bismarck mudou os termos do telegrama, afirmando que o embaixador e o rei se haviam insultado mutuamente, chegando quase aos bofetões. Divulgado o texto fraudado, a opinião pública dos dois paises exigiu a guerra – e a França caiu na armadilha, declarando-a em primeiro lugar, em julho de 1870.
A Alemanha em pouco tempo levou suas tropas a Paris. Bismarck se apossou logo da Alsácia e da Lorena, com a desculpa de que necessitava proteger-se no futuro contra o inimigo vencido. Lord Salisbury, depois primeiro ministro da Inglaterra, fez o alerta contra tal pretensão, em artigo publicado no calor dos fatos, em outubro de 1870, na famosa Quarterly Review. Escreveu o estadista que “as outras nações da Europa são levadas a deduzir que devem temer mais a intoxicação de uma Alemanha triunfante, do que uma França diante da violência e da Revolução. Uma Alemanha pacífica é apenas conversa de diplomatas. Nada existe na História para justificar semelhante situação”.
“Dia virá – diz Salisbury em outra passagem – no qual os sonhos ambiciosos da Alemanha virão chocar-se, em seu caminho, com um povo suficientemente forte para por os seus ressentimentos à prova. Esse dia será, para a França, o da restituição e o da revanche”.
Por duas vezes, em 1918 e em 1945, a Alemanha pagou pelas suas ambições. Na Primeira Guerra Mundial, a aliança entre a França e a Inglaterra, com a contribuição norte-americana, levou-a ao chão. Os sentimentos de revanche, capitalizados por Hitler, conduziram-na novamente ao desvario. Desta segunda vez, não obstante a brava resistência da Grã Bretanha e a ação interna dos patriotas dos países ocupados - além da contribuição de países como o Brasil, que enviou 25 mil homens para combater os nazistas e fascistas na Itália - o povo mais forte foi o da União Soviética. Quem derrotou a Alemanha foi o Exército Vermelho, a partir da heróica reviravolta de Stalingrado, até sua chegada a Berlim.
A Europa atual, em lugar de ter aprendido com o passado, parece ter perdido de vez a lucidez. Não há mais Salisbury, Disraeli, ou Churchill, entre os ingleses, mas pigmeus, como David Cameron e seus antecessores imediatos. No resto da Europa, o cenário é o mesmo. Incapazes de governar, posto que desprovidos de inteligência política, os simulacros de governantes entregam o poder aos banqueiros e a consultores empresariais. Como comediantes, lêem discursos que correspondem aos interesses dos reais donos do poder, e se reúnem com seus pares, fazendo de conta que lideram: não passam de meros delegados dos grandes banqueiros.
Ao mesmo tempo, cresce, na França e na Inglaterra, mas também na Itália e na Espanha, uma tendência a retomar, assimilar e assumir o espírito germânico de conquista e domínio, tão bem identificado por Salisbury há 140 anos. É assim que podemos ver a mobilização acelerada de Paris e Londres, sob o patrocínio norte-americano, contra o Irã e a Síria. Não é a violação dos direitos humanos, que eles mesmos desrespeitam em seus países, a movê-los – mas a hipótese, cada vez mais provável, de que as manifestações de inconformismo dentro de suas próprias fronteiras passem do protesto à revolução.
A deplorável e estranha invasão da embaixada britânica em Teerã, não era de interesse de Ahmadinejad. O governo inutilmente pediu desculpas e prometeu punir os responsáveis - mas isso não bastou. O tom irado e belicoso subiu nas chancelarias da Europa Ocidental. Repete-se a mesma história: a fim de obter a coesão interna, diante da insatisfação crescente de seus povos contra o neoliberalismo, apela-se para o falso patriotismo e a xenofobia. A guerra de agressão pode ser o passo seguinte.
É nesse cenário que vemos a alteração geopolítica do mapa mundial, com suas perspectivas e prováveis conseqüências. Os grandes países emergentes – China, Rússia (que reemerge) Brasil e Índia – deixaram claro que não admitem a intervenção na Síria, nem no Irã, fora dos mandamentos da Carta das Nações Unidas. Os russos mantêm uma base militar no porto sírio de Tartus – equipada com foguetes de defesa aérea de alta eficiência – e naves militares bem equipadas para uma guerra no Mediterrâneo. Os chineses têm também navios de guerra patrulhando aquele grande mar interior.
Os norte-americanos, em sua velha insensatez, parecem desafiar Moscou, ao anunciar que deixarão de cumprir certas cláusulas do Tratado das Forças Militares na Europa, no que se refere à Rússia. Esse tratado reduzia a presença de exércitos e armas convencionais no Continente, e o aviso prévio e recíproco entre Washington e Moscou de seu deslocamento militar na região. O tratado foi cumprido rigorosamente pelos russos, que fizeram recuar grande parte de suas tropas para além dos Urais.
Um ataque à Síria exigiria neutralizar o poder russo na base de Tartus, e é quase certo que haveria retaliação. Por outro lado, o Irã está muito perto da Rússia, e uma ação da Otan naquele país ameaçaria diretamente a segurança de Moscou.
Essa razão levou os Brics a aconselhar negociações com o governo de Teerã, em busca da paz na região, e a condenar qualquer iniciativa que viole os princípios da Carta das Nações Unidas. Um desses princípios é o da autodeterminação dos povos. O entendimento desses países, no encontro de Moscou, revela uma entente bem clara entre a China, a Rússia e a Índia, no espaço eurasiático, com todo o seu poderio militar (incluídos os arsenais atômicos), ao lado do Irã e da Síria.
A declaração oficial da diplomacia russa sobre a ameaça à Síria não poderia ter sido mais explícita, quando afirma que “ a situação dos direitos humanos em um ou em outro país pode ser, evidentemente, objeto de preocupação internacional, mas em nenhum caso se pode admitir que questões de direitos humanos sejam usadas como pretexto para qualquer tipo de intervenção nos assuntos internos de estados soberanos, como se vê hoje, no caso da Síria. Cabe aos sírios decidir sobre o próprio destino, sem qualquer ‘empurrão’ vindo do exterior. A Rússia de modo algum aceita cenário que inclua a intervenção militar na Síria”.
Por detrás da Europa, há a ação permanente dos Estados Unidos, a proteger Israel e a instigar Londres e Paris à agressão, na esperança de, como das outras vezes, impor sua “paz” ao mundo. Uma paz que, em 1945, lhes trouxe o controle das matérias primas mundiais, entre elas, o petróleo, e a cômoda situação de únicos emitentes de moeda no planeta.
Estamos à margem de um conflito que, se ocorrer, será tão trágico, ou mais trágico, do que os outros. Enfim, a paz sempre depende da vontade de que haja paz para todos - com equidade e justiça.

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